
"O microchip deve ser colocado na nuca, facilitando a leitura", explica veterinário Marcelo Quinzani
EXCLUSIVO | CENTENAS de brasileiros passaram por esse pesadelo: ter um cachorro perdido. Já testemunhei vários deles percorrendo as ruas gritando pelo nome do seu pet, colocando cartazes com sua foto oferecendo recompensas e sofrendo por cada dia de desaparecimento. Esse pesadelo, no entanto, pode ser evitado com a ajuda da tecnologia.
GRAÇAS ao microchip, um tipo de micro-circuito eletrônico capaz de guardar vários dados sobre o cachorro, um pet perdido pode ser identificado e assim encaminhado ao dono. Do tamanho um pouco maior que um grão de arroz, o aparelho é colocado normalmente na nuca do cachorro, para facilitar o rastreamento.
“SE HOJE o objetivo é a identificação do animal em um banco de dados, acredita- se em um futuro próximo no serviço de rastreamento por GPS”, explica o médico veterinário Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care de São Paulo (SP). Mas esse aparelho minúsculo oferece mais do que a função de encontrar cães desgarrados
CONFIRA abaixo uma entrevista exclusiva que o vet Marcelo Quinzani deu para o CaninaBloge tire suas principais dúvidas sobre a implantação do microchip em cães e suas vantagens.
CANINABLOG: Quais são as principais razões de uso de microchip?
Marcelo Quinzani: Hoje a aplicação de microchip tem como objetivo a identificação do animal em um cadastro de banco de dados. A maioria dos usuários são criadores de cães e gatos cujas associações exigem a microchipagem para garantir a origem do animal e sua real identidade, evitando falsificações de pedigrees e documentos. Alguns proprietários optam pela colocação do microchip para possível identificação em caso de perda ou roubo do animal. Outra indicação de uso é para animais que vão viajar e necessitam de identificação por microchips, requisito obrigatório para todos animais que vão entrar na comunidade Européia, Japão entre outros países.
CANINABLOG: Qualquer cachorro pode ser microchipado?
Marcelo Quinzani: Teoricamente todos podem ser chipados independente da idade e tamanho. Preferimos que tenham mais de dois meses, mas a idade não é uma restrição.
CANINABLOG: A utilização dessa tecnologia pode evoluir com o tempo?
Marcelo Quinzani: Se hoje o objetivo é a identificação do animal em um banco de dados, acredita- se em um futuro próximo no serviço de rastreamento por GPS. Uma vez michichipado, se o banco de dados for completo e atualizado com frequência, podemos até ter o histórico médico do animal.
A prefeitura de São Paulo, por exemplo, já tem projeto de michochipagem de todos os cães e gatos para evitar abandono de animais, identificação de cães errantes e controle de vacina antirrábica.
CANINABLOG: Depois de implantar o chip é necessário alguma manutenção ou gasto extra?
Marcelo Quinzani: Não. Atualmente, a implantão custa em media R$98 pelo chip e R$ 208 pela sorologia. A sorologia de anticorpos antirrábico não é uma condição para a microchipagem. O que acontece é que para entrar em alguns países tem se exigido a sorologia como uma forma de identificar o bicho.
CANINABLOG: Há casos de cães que mostram algum tipo de reação?
Marcelo Quinzani: O material usado na fabricação do michochip é inerte, mas poderia até causar uma reação local ou mesmo rejeição, por sensibilidade individual ou mesmo contaminação por bactérias durante a inoculação. No entanto, nunca identificamos tal reação. O microchip deve ser colocado na nuca do animal, facilitando a leitura do mesmo. Pode ocorrer a migração do microchip para outros locais do corpo sem nenhuma complicação ou reação adversa.
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